Um advogado virtual. Isso mesmo. Esse estudante conseguiu desenvolver um advogado completamente digital, que usa inteligência artificial para defender motoristas em caso de multas de trânsito. O feito chamou atenção de meio mundo porque o defensor já conseguiu – só em Londres e Nova York – reverter mais de 160 MIL multas; um nível de sucesso acima dos 64%. Para entender os detalhes da solução – desenvolvida durante madrugadas em claro – nós conversamos com Joshua Browder, um garoto inglês de 19 anos, responsável pelo advogado virtual. A ideia veio quando ele fez 18 anos, começou a dirigir e recebeu umaavalanche de multas.
Agora, o chatbot – que é o tipo de robô digital que foi criado pelo Joshua – está ampliando sua Inteligência para outros casos – todos pensados para ajudar pessoas em situação precária, como pedidos de abrigo para moradores de rua e uma série de outras aplicações envolvendo as leis.
O exemplo do Joshua não é o único. Nós encontramos soluções que oferecem outros serviços inusitados baseados em Inteligência Artificial. Uma empresa russa chamada Luka tem planos, digamos, sobrenaturais para a tecnologia: eles acreditam que a inteligência artificial consiga estabelecer uma comunicação entre vivos e mortos… Bem, a ideia deles não tem muito a ver com religião ou espiritualidade: eles acreditam que poderão criar um sistema capaz de reproduzir a “personalidade” de quem já não está mais presente que, assim, poderia continuar a interagir com os parentes e amigos… É… Meio estranho.
Outro exemplo muito legal também vem de Londres. Lá, a empresa DeepMind anunciou um sistema de aprendizagem de máquina que permitirá, no futuro, que robôs detectem indícios de cegueira logo nos primeiros estágios a partir de imagens das retinas dos pacientes. A ideia é usar milhões de imagens de retinas para treinar computadores a detectar os primeiros sinais de uma lesão que pode vir a provocar cegueira. O sistema será capaz de perceber os primeiros indícios de problemas como degeneração macular ou retinopatia diabética.
Voltando para o presente da inteligência artificial, é fácil perceber que já há muito dela ao nosso redor. São soluções relativamente simples, mas que já usam a capacidade dos sistemas de tomar decisões sozinhos. Serviços como atendimento de telemarketing, agendamento de atividades e até sugestões de compras em determinados sites, são frutos da inteligência artificial. Mas o impacto nas nossas vidas ainda não é tão grande quanto promete ser na próxima década. E já tem gente aqui no Brasil se debruçando sobre o assunto. O professor Fábio Cozman, da USP, em São Paulo, é um exemplo.
Diferente do que algumas pessoas imaginam, a Inteligência Artificial não tenta reproduzir o cérebro humano em uma máquina e nem está diretamente ligada a robôs. O objetivo principal é construir soluções e serviços que auxiliem os seres humanos no seu dia a dia de alguma forma.
Graças à evolução dos sensores e do Big Data – quantidade infinita de dados que a internet fornece diariamente -, a Inteligência Artificial deu passos largos nos últimos anos. Mas a tecnologia ainda tem um desafio enorme pela frente para se tornar mais efetiva: entender semântica, ou seja, aquilo que nós, seres humanos, transmitimos na nossa linguagem falada e corporal.
De qualquer forma, esta fase inicial da inteligência de máquinas já nos surpreende com soluções pra lá de interessantes e que seriam praticamente impossíveis poucos anos atrás,como é o caso do advogado virtual, criado pelo Joshua.
Pode ter certeza, nos próximos anos, vamos interagir cada vez mais com computadores que vão responder e tomar decisões sozinhos de um jeito cada vez mais parecido com os humanos…. No final das contas, o conceito dos filmes de ficção científica que falam de inteligência artificial não está tão longe da realidade. Vamos torcer para que a evolução da tecnologia nos traga um futuro em que as máquinas possam serem nossas aliadas para tornar a vida do planeta melhor.
Fonte: Olhar Digital